No front da luta contra a repressão
Enquanto as grandes empresas de comunicação do Brasil eram coniventes com o regime militar ou sofriam com a censura, os jornais e revistas alternativos estavam na berlinda da luta pela volta da democracia.
A imprensa alternativa, no ciclo dos anos 1960 / 1970, teve início com a revista de humor Pif Paf, que, lançada por Millôr Fernandes um mês e meio após o golpe de 1964, fazia oposição ao regime militar e contava com a colaboração de artistas como Fortuna, Ziraldo e Jaguar. Pif Paf teve 8 edições e chegou ao fim após ser apreendida pelos militares, ainda no ano de 1964. Em 1969 é lançado O Pasquim, com Tarso de Castro e os mesmos Millôr, Ziraldo e Fortuna e colaboradores como Chico Buarque, Vinícius de Moraes e Ruy Castro. Com seu humor direto, entrevistas lendárias e linguagem ousada, O Pasquim chegou a vender 200 mil exemplares por edição e circulou por mais de duas décadas.
Durante os 21 anos de ditadura no Brasil, foram editadas publicações alternativas que tratavam de assuntos censurados ou não discutidos pela grande imprensa, como violações dos direitos humanos, censura e anistia. Eram jornais e revistas de diferentes vertentes: claramente políticos, humorísticos, feministas, ecológicos, culturais, que desafiavam as regras impostas pelo regime militar e muitas vezes acabavam apreendidos e fechados, com seus integrantes presos.
Marcos Faerman participou ativamente da imprensa alternativa no país, paralelamente ao seu intenso trabalho no Jornal da Tarde - para onde escreveu por mais de duas décadas. Colaborou com O Pasquim, participou da criação e dirigiu uma fase do jornal Ex- e criou o jornal Versus. Fundou a revista Singular & Plural e editou 2 números da revista Crisis Brasil.